quarta-feira, 10 de agosto de 2011

O poder da palavra


O filme "V de Vingança" (2006), inspirado na HQ homônima, de Allan Moore, foi produzido e dirigido pela equipe responsável pela Trilogia Matrix.O enredo traz reflexões sobre o poder da palavra e da mobilização social frente ao autoritarismo que cerceia os direitos individuais.

Para saber mais sobre a relação entre a HQ e o filme, leia o artigo "V de Vingança a HQ e o filme: Contribuições para uma visão de Terrorismo", de Edo Galvão Pitasse Fragoso e Vinícius de Paula Marcondes, uma adaptação do trabalho de conclusão de curso de História Contemporânea sob orientação da professora AnaMaria Dietrich. Disponível em: http://www.revistacontemporaneos.com.br/n2/pdf/vdeviganca.pdf

Sugestão de leitura da disciplina: os textos de Wilson Gomes sobre Esfera Pública e Política em Habermas.

30 comentários:

  1. Um dos fenômenos políticos mais evidentes no filme "V de Vingança" aborda, de modo dramaticado, o fenômeno de destruição da Esfera Publica, teorizado por Habermas.
    O principal ponto de percepção desse fenômeno vem da distância existente entre o Chanceler – líder político – do povo. Todas as decisões eram tomadas em esferas fechadas, e passadas ao público, por meio da mídia, sob a aparência de serem para o bem-comum, com um interesse universal de bem-estar geral. A prática utilizada comprova a teoria de Habermas sobre a utilização dos meios de comunicação como objetos de sedução para a esfera pública e não como meio de discussão.
    Um dos pontos chaves para entender como se dava esse fenômeno aparece no final do filme. Quando o dito terrorista “V” ameaçava cumprir o seu plano de por fim ao simbolo do estado geral, o Chanceler fez um comunicado pela televisão, explicando a população como deveriam agir naquela situação. Não houveram debates públicos, ou exposição de opiniões; apenas a verbalização dos interesses particulares do governante.
    Concordando com Habermas, um dos produtores de TV fala no começo do dito filme; “é claro que eles vão acreditar, nós apenas transmitimos as noticias, não as fabricamos. Isso é trabalho do governo.”

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  2. Só o título já me fez lembrar que, segundo Wilson Gomes, com base em estudo de Habermas, o requisito mais importante da esfera pública é a palavra – para ter-se uma esfera pública é preciso comunicação. Em segundo plano deve-se fazer com que tais palavras tenham um poder de convencimento, tendo base em argumentos racionais para que haja um possível equilíbrio e, consequentemente, um consenso de ideias.
    No filme ‘‘ V de vingança ’’ o grande protagonista segue tais requisitos ao invadir a sede BTN para fazer uma transmissão ao vivo criticando o Estado e seu regime; falando que as palavras têm poder, expõem suas ideias, mostrando que o chanceler prometeu ordem e paz e tudo que ele exigiu em troca foi consentimento silencioso e obediente; liberdade igualdade e justiça são mais do que palavras, são perspectivas. ‘V’ quer destruir o parlamento, alegando que o prédio é um símbolo, assim como o ato de destruí-lo, o povo dá poder aos símbolos, sozinho o símbolo não tem significado, mas com bastante gente, explodir um prédio pode mudar o mundo. Deste modo ‘V’ faz o uso de suas palavras obedecendo às leis da racionalidade com o intuito de persuadir os telespectadores.

    -Giovânia de Alencar Araujo.

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  3. O filme mostra dois processos:
    1-O Estado passando a exercer funções administritativas até então reservadas à iniciativa privada,o que gerou uma ditadura.
    2-O processo inverso,um homem querendo acabar com esse sistema,devolvendo(ou ampliando) o poder da sociedade.No fim do filme(aquela parte em que o prédio cai com muita gente olhando) o autor quer,na minha interpretação, simbolizar a substituição de um poder público por um poder social talvez utópico, mas diferente até da democracia padrão.
    A nota interessante é que em ambos os casos,a propaganda foi decisiva.Primeiro para a ditadura(como é para toda ditadura,para não dizer todo sistema político),depois para a Revolução,já que ''V'' usou mídia(que pode ser repesentada por redes televisivas,palavras,sons,símbolos,etc)contra mídia.Isso nos mostra que a comunicação é bem importante para a mudança estrutural da esféra pública.

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  4. A partir do momento em que desaparecem a discutibilidade e a acessibilidade, deixa de existir a esfera pública. A democracia é massacrada e substituída por um regime autocrático. O filme, cujo roteiro gira em torno de uma data (5 de novembro) e um ideal (liberdade), nos mostra isso claramente. Há censores por toda parte, produtos proibidos ao consumo, e isso não gera medo e sim segurança.
    A mídia é usada pelo Governo para ditar os temas da agenda. O Chanceler pauta o que o público deve ter acesso. Em troca de todo esse controle, oferece segurança e bem estar social. Incute de forma sutil à sociedade, a ideia de que precisam disso para que haja equilíbrio e que de outra forma o caos seria implantado no país.
    Vale ressaltar que a personagem central, o herói vingador, nos transmite a força da ideia, segundo ele, “idéias são à prova de balas”. E foi a sua ideia que o motivou durante vinte anos a planejar e executar a maior rebelião contra o sistema. Não fez isso sozinho, por isso usou a mídia para mobilizar as pessoas. Sua identidade não é revelada, mas é marcada como sendo todos e cada um, representando seus sonhos, desejos, esperanças e ideais.

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  5. O principal requisito da esfera pública é a palavra, com discussões pautadas pela razão. Na Londres retratada no filme “V de Vingança” vemos justamente a dissolução dessa esfera. O Chanceler está absolutamente distante do povo, que apenas acata suas decisões arbitrárias. Wilson Gomes chama isso de “política do segredo de Estado”, as decisões são tomadas simplesmente a partir da vontade de quem tem o poder político. A mídia tem grande participação na aceitação popular dessas decisões
    A Imprensa, que antes era utilizada pela esfera pública como um instrumento de debate e formação de opinião, agora apenas circula ideias já estabelecidas e espera que sejam aceitas como verdade absoluta. No momento em que “V” invade a emissora de televisão e “contesta” essas opiniões formadas, consegue com que a sociedade volte a discutir e se mobilize para destruir o Parlamento, símbolo do poder ditatorial do Chanceler.

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  8. A ideia de esfera pública, se baseia no poder que a palavra tem sobre os homens. No Filme "V de Vingança" (2006), vemos o fracasso da esfera pública porque não há entre os habitantes, cidadões de Londres um debate. Onde apenas alguma(s) pessoa(s),os politicos,tem o poder de governar uma geração com um poder absoluto.
    Obs : A troca de argumentos é fundamental para o desenvolvimento de uma sociedade(discutibilidade). - 2°requesito de esfera pública.
    A vontade e coragem de se vingar daqueles que o desfiguraram, faz com que "V"( defensor de liberdade)inicie um processo de revolução.Mobilizando todos a ir as ruas no dia 5 de novembro.O Estado inglês do filme tinha um caráter repressor,com ajuda da imprensa que tenta denfender-lo. O filme pode ter um tom de alertar às novas gerações de que os erros cometidos em um passado não tão distante continuam possíveis de ocorrer.

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  9. O filme "V De Vingança" aborda o poder da palavra perante á mídia, e a mobilização social conquistada através da mesma em busca de um ideal, no qual seria o fim do autoritarismo.
    O personagem 'V' busca vingasse do regime político totalitário que destruiu a sua vida 20 anos atrás, por isso invade um estúdio de TV para transmitir uma mensagem para aos cidadãos Londrinos insatisfeitos com o governo se apresentarem em frente ao parlamento no dia 05 de novembro do ano seguinte.
    A partir disso o filme gira em torno dessa data, o governo passa a usar a mídia para ditar regras aos populares, Chanceler passa então a "comandar" o povo, e em troca teriam um bem estar social. No entanto tais ideias não são discutidas com o consentimento da população, A esfera publica passa então a ser abstrata, pois a população passa a receber 'ordens' do governo através dos meios de comunicação ao Invés de ser um espaço social no qual são identificados e discutidos os problemas que afetam a sociedade.

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  10. Uma das principais relações entre o filme e o pensamento de Habermas seria, evidentemente, a dissolução da esfera pública. Na Londres retratada pelo filme "V de Vingança", o interesse comum é ignorado, a sociedade é subordinada às decisões de um chanceler, executadas pelos seus "homens de confiança" e difundidas através da mídia televisiva.
    Até que surge o "V", que através de seus argumentos - Um dos requisitos básicos para a existência da esfera pública (segundo Habermas) - mostra a sociedade que "o povo não deve temer o seu governo, e sim o governo a seu povo".
    Habermas afirma que toda autoridade está deslegitimada caso não se submeta à esfera pública, não supere a prova do melhor argumento. Enquanto "V" aponta os abusos do governo e prpõe melhorias, o chanceler apenas ordena, buscando alienar cada vez mais o povo, o que acarreta na destruição do modelo de governo preponderante até então.

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  11. Tiago Maia
    O filme “V” de vingança expõe o poder de um governo que reprime seu povo através dos meios de comunicação de massa (ideologia de paz). Com uma premissa de qualidade de vida para seus cidadãos, coloca seus próprios interesses a frente dos interesses da população, com isso, não levando em consideração o respeito à esfera pública.
    A rebelião de corpos e mentes proposta pelo “Herói” da trama, nada mais é do que a reabilitação dos direitos sociais dos cidadãos, estes, que deslocados de suas posições originais dentro da esfera pública reivindicam seus direitos. O que é interessante de se ressaltar é que através do uso das palavras (força de expressão do Herói) fez-se a revolução nas esferas privadas para reentrarem na esfera pública, como de direito para crítica, argumentos e entendimentos mútuos.

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  12. O filme V de Vingança retrata uma sociedade dominada por um governo totalitário, representado pelo chanceler Adam,ou seja, um regime em que o seu sistema político como também administrativo, está centralizado nas mãos de um grupo que detêm o poder e controle dos meios de comunicação (controlando e manipulando a notícia e fazendo com que as pessoas ficassem alienadas diante da realidade a qual erma submetidas, havendo punição para quem não seguisse as regras, baseada na perseguição, tortura e morte a quem fosse contra o governo), vigiavam as pessoas (o povo acabou deixando o véu negro cobrir seus olhos e aceitaram tais condições de vida, temendo represálias), a polícia servia aos interesses do parlamento, que não refletia os interesses da população, além de possuir campos de concentração, onde as pessoas era utilizadas como cobaias em experiências genéticas.

    Um personagem mascarado e enigmático, chamado de V, à princípio tachado de anarquista, mostra–se como uma representação dos anseios de uma sociedade assolada pelo medo e pelo silêncio. Ao lado de Evey, lutam para desmascarar a verdade, ou seja mostrar um governo manipulador e corrupto, que impõe o poder através do medo. V tem a convicção de o povo precisa mais do que um prédio: precisa de esperança e decide destruir a raiz de todo mal: o parlamento, como também vingar–se do grande mal causado a sua pessoa.

    Diante de tais acontecimentos, percebemos que suas atitudes (mortes e atentado ao parlamento) foi um pontapé inicial para que o povo destruísse o sistema e assim lutasse pela sua liberdade. No filme, nota–se vários aspectos relacionados ao texto de Wilson Gomes, porém para não ser repetitiva, o enfoque no meu texto foi demonstrar a relação entre a imprensa e o parlamento, como também a degradação da esfera pública. A imprensa e o parlamento eram instituições que atendiam aos interesses da classe dominante, enquanto o povo ficava a mercê de sua dominação. Quando ocorre a degradação de todo o sistema, o único sentimento reinante é o de liberdade.

    PS: Uma dica de filme (eu particularmente amei e é estrelado pelo lindo Christian Bale): EQUILIBRIUM, que mostra um futuro assolado pela 3ª guerra mundial e temendo que aconteça mais guerras, um regime totalitário assume o poder e passa a controlar as pessoas através de uma droga (cujo nome não me recordo). A função da droga é inibir os sentimentos humanos. O filme é muito bom.

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  13. Bom, o filme retrata uma possivel imágem de uma Londres dominada por um governo autoritário, tendo como liter o Chanceler Adam Stler, que comanda o país com mãos de ferro, poucas conversas em público e muita intolerância, e tenta justificar seus atos para a população de que se trata do "bem-comum" ou "o melhor para seu povo", quando na verdade o que acontece é a tomada de medidas levando em coniderasão somente os interesses particulares daquela esfera dominante.

    No filme acontece de tudo, menos o exercício da esfera pública, digo, da argumentação visando um interesse comum da população, de um debate racional, aberto ao público visando alcançar e legitimar a opinião pública como um bem comum a todos. Na verdade é exatamente o contrário que acontece; o Chanceler dominando os meios de comunicação faz uso dele somente para fazer valer a sua palavra. O personagem "V" surge como um 'inconciente coletivo' eu diria, uma figura
    que representa a vontade reprimida daquela população, destemida a por um ponto final aquela história.

    Quando decide fazer seu pronunciamento em rede nacional, mesmo não havendo alí um diálogo direto, argumentação, etc... com a esfera pública, ainda assim ele consegue estabelecer um elo de concordância geral, dessa forma, apesar do comunicado do Chanceler contradizendo às idéias do 'V', não abalou a opinião pública. Tanto é que no final, a resposta da esfera pública vem em alto e bom som, mesmo sem emitirem uma única palavra. O fato de estarem todos vestidos de 'V' expressava a vontade comum do povo, como se estivessem dizendo "é de comum acordo o fim desse regime autoritário!".

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  14. O filme “V” de Vingança, trás um roteiro baseado em ideais como: liberdade, verdade, e participação nos diálogos e argumentos da sociedade, ou esfera publica. A partir desse ponto, do desejo de não mais se submeter ao domínio e autoridade do Chanceler , “V” terrorista ou/e herói da trama, desencadeia em si, na segunda personagem chave do filme “Evy” e nos demais cidadãos de Londres, uma busca pela verdade.
    A principal arma de “V” é a palavra, e segundo Habermas, junto com os argumentos são os principais fatores da esfera publica. Já o chanceler e o resto do governo preferiam se distanciar do povo, (apesar de terem o poder da “palavra”) usando a mídia como ponte, (no caso, uma ponte apenas informativa, e não participativa sem a discutibilidade), quando “V” também através da mídia os oferece a chance de simplesmente poderem falar, e serem ouvidos numa sociedade igualitária, (no filme representada por as mascaras enviadas a cada cidadão, evidenciando que todos eram iguais), o povo diz seu sim ao desejo de liberdade. E através de “V” e depois dele, poderem ser cada um, com suas vontades, sem ordens, e sem medo.

    Mas hoje no nosso país, em nossa sociedade será que estamos conseguindo falar e fazer com sejamos ouvidos? Será que esse conceito de dicutibilidade, e nossos argumentos nos levam para dentro da esfera publica? E até onde a mídia é uma ponte de ideais confraternizados pela sociedade em comum?

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  15. O filme “V de vingança” conta a história de um homem lutando contra o governo inglês, um governo ditatorial. Ele começa sua luta com um atentado a um prédio do Estado. Para que o governo não perdesse seu poder e domínio sobre sociedade, usou-se a imprensa para dizer que já estava programada toda a explosão.
    A imprensa foi utilizada tanto pelo lado do governo quanto pelo lado do líder da revolução. Foi através da imprensa que o líder da revolução convocou a população, um ano antes do grande atentado ao parlamento, para que se juntassem à luta. O governo, por sua vez, chegando o dia do grande atentado, ameaçou as pessoas que apoiassem a luta através da comunicação de massa; e com todos os acontecimentos causados pela segurança do Estado (como a garota morta por usar a fantasia do “vingador”), os cidadãos decidiram pela mudança do governo inglês.
    Como diz Habermas, a “opinião pública”, hoje, tem a influência da imprensa. Para que idéias tenham algum valor e possam ser aceitas perante a sociedade, têm que passar pela comunicação de massa com seus argumentos para tentar convencer a população de que tais idéias são importantes para todos.
    Cabe à população aceitar ou não as idéias de seus governantes, pensando no que é melhor para toda a sociedade. Porém, com esse modo de democracia, os políticos são colocados no poder, mas pensam e tomam decisões de acordo com seu próprio interesse, e não pensando em toda a população. Assim temos que estar atentos ao que é decidido pelo Estado, e isso se dá com a ajuda da imprensa.

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  16. O filme mostra a ascensão de um regime totalitário. Com o suposto fim dos EUA, a Inglaterra é governada por um chanceler que mantém a população sob uma certa "censura". Podemos associar os fatos do filme a tese desenvolvida por Habermas onde ele diz que a esfera pública funciona como uma estrutura intermediária entre o sistema político e os setores privados do mundo da vida e sistemas de ação especializados em termos de funções. É exatamente o contrário do que Habermas fala o que acontece no filme pois o chanceler põe fim neste espaço intermediário e assume o governo excluindo totalmente minorias étnicas, sexuais, imigrantes e ativistas políticos, pessoas que formavam opiniões contrárias ao seu regime de governo. Vendo isto, o terrorista 'v' decide lutar contra essa opressão feita pelo chanceler e seu partido. Podemos associar a ideia do filme ao que acontece na vida real, em muitos países a população sofre com essa falta de espaço para se pronunciar sobre os problemas sofridos e propor soluções ao governo isso sem falar no poder que a mídia tem sobre a opinião pública e sobre a formação do espaço público. No Brasil, embora seja passada a ideia de liberdade de expressão e de opinião, essa "manipulação" midiática ainda ocorre de forma clara onde as grandes empresas da comunicação brasileira imperam sobre a opinião pública.

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  17. O filme “V de vingança” trás como pano de fundo uma Londres tomada pelo poder de um Chanceler cujo governo autoritário difere completamente da ideia de esfera pública discutida por Habermas, a qual apresenta como primeiro requisito a palavra, sendo que esta deveria ser tomada por todo o âmbito da vida social, discutida e argumentada com a participação de todos os cidadãos. O que se vê no filme é o inverso dessa ideia, vê-se um governo que dita aos cidadãos o que lhes é de direito segundo sua decisão, não havendo a participação, muito menos a discussão com a população acerca de qualquer esfera social ou política. Há aí a consequente revolta dada de início por um único cidadão (“V”) que mediante as injustiças impostas por tal governo, decide através de um plano meticulosamente elaborado destruir o seu símbolo, que é representado pelo prédio do Parlamento. A partir desse seu ato, desencadeia uma mobilização em massa de toda a população, mostrando o poder que o povo possui, reafirmando o que o próprio ‘V’ pretendeu ao dizer que “o povo não deve temer o seu governo, e sim o governo a seu povo”. Este filme é um excelente lembrete do que um governo autoritário e sem escrúpulos pode impor aos seus cidadãos, contraponto o ideal de liberdade argumentativa e consequentemente sua participação na discussão da esfera pública; bem como nos lembra do poder que a palavra possui quando exercida por todos em prol do bem comum.

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  18. Sem resumir o filme, pois que isso já foi feito pelos demais colegas. Pessoalmente eu enxerguei o filme como um princípio de mudança inspirado pelo personagem "V". Por mais que não seja expresso, vivemos num sistema totalitário até mesmo no nosso país, onde a troca de poder não passa de partidos gerenciados pelo capital, onde a diferença é a cor e número do eleito.
    A impressa é uma grande vilã tanto no filme como na nossa sociedade. Ela que deveria ser a transmissão da verdade, não passa de empresas gerenciadas pelos “donos do poder” para “cuspir” aquilo no qual quer que a população absorva. No entanto, no filme ela foi o instrumento que incentivaria os cidadãos londrinos e que para haver mudança, é preciso um meio (jornais, televisão, mídias digitais, etc.) de mobilizar e transmitir esse desejo e a comunicação torna-se indispensável.
    “V” foi determinante, pois sem a liderança não teria o início de todo processo, até porque é necessário alguém que mostre o caminho e formar de agir. Também é demonstrada a igualdade e força do coletivo. Esse filme me faz recordar o “Fontamara”, onde o personagem “Eterno Desconhecido” ganha um papel que “V” tem para os ingleses e no jornal “O que devemos fazer?” se torna a televisão utilizada pelo personagem do filme para apresentar suas verdades, os problemas e convoca-los para a transformação.

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  19. A palavra, o discurso, os debates, baseados na argumentação racional são as formas onde os cidadãos,dentro da esfera pública, tem para elegerem os principais problemas e necessecidades a que estão sujeitos,cabendo a esfera pública política legitimar e normatizar.No entanto a maior parte das pessoas está alheia a essa situação, pois "abrem mão" desse direito, achando que cabe apenas aos políticos discuti-los e tomarem providências, gerando assim uma sociedade sem voz, muitas vezes sujeita a um governo corrupto,
    onde é composto principalmente por indivíduos das classes mais abastadas que abafam os interesses sociais,prejudicando a acessibilidade e a própria esfera pública.
    Sempre existiram pessoas que se mobilizaram contra governos opressores, na vida real e na ficção, movidos por um ideal social(liberdade, igualdade,justiça, religião).O filme " V de vingança" , mostra a revolta e luta do personagem "V", vítima de um governo intolerante às minorias étnicas, sexuais, imigrantes e ativistas políticos, ditado pelo lider político,o Chanceler, oprimia o povo através de leis e normas sem ao menos consultar o interesse público, impostas ao povo através da mídia,principal mediadora entre as esferas, também controlada por ele. "V" consegue, mobilizar toda a sociedade, partindo de um discurso racional e atos "terroristas", em prol de um país livre, onde todos tenham espaço para debaterem abertamente os interesses comuns.

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  20. “V” de Vingança ou Justiça?
    “ a imprensa muito rapidamente assume funções ligadas aos interesses defensivos [...] das camadas burguesas, ou seja, funções não meramente informativas, mas críticas e pedagógicas.” (citação da citação p. 45)
    Trabalhando a temática das mídias no filme V de vingança, percebemos o trabalho que a mesma desenvolveu a favor das autoridades politicas, noticiando apenas o que eles queriam, fato esse também mostrado em outro filme intitulado Mera coincidência, Onde se produz uma guerra a partir de recursos do cinema.
    Em uma sociedade onde uma maioria não se interessa por política, e os meios de comunicação noticia apenas o que as autoridades mandam, temos a impressão de que estamos em um teatro de marionetes, onde nós mesmos somos os bonecos, que sem vida própria, esperamos pelos comandos vindos de cima. Mas, chega um momento que um desses bonecos se revolta e o mundo de ilusões, no qual ele vivia parece não ter mais solução, pois ele se torna capaz de ver seus companheiros sendo manipulados, por uma “ordem superior” e aí começa a busca pela vingança.
    Uma das vontades de “V” e de muitos é mudar o quadro político em que se encontra o mundo atual. O filme que o personagem principal assiste O conde de monte cristo nos mostra como a justiça é algo belo e que queremos sempre tê-la. “Mudar o mundo não é radicalismo e sim uma tentativa de trazer justiça aos cidadãos.” Grifos Meus.







    “Não se pode mudar o mundo, mas, pode se tentar”.

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  21. professora o pequenino é Márcio dos santos feitosa

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  23. Um político extremamente religioso domina completa e totalmente o povo através da manipulação do medo, pois havia criado um vírus letal que matou milhares de pessoas, e ao mesmo tempo criou um medicamento para neutralizar o vírus.

    Um misterioso mascarado, conhecido como V, busca libertar a Inglaterra do regime autoritário que a domina, e também a vingança pessoal por ter sido usado como cobaia na criação do vírus pelo governo.

    Em "V de Vingança" o governo se utiliza da violência em vez do diálogo, o que elimina a liberdade de oposição, de pensar e falar da população, impossibilitando assim a mediação entre o Estado e a sociedade (esfera pública). A "mídia da esfera pública" contribui bastante para a disseminação do medo e instauração de um sistema cruel, injusto e intolerante na Inglaterra de V, pois divulgava notícias maquiadas.

    O Vingador planeja destruir o prédio do Parlamento, o que para ele implica em mudar a mente dos cidadãos ingleses, colocando abaixo símbolos e significações não permitem à população pensar e agir de forma autônoma, restaurando assim a esfera pública.

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  24. Presenciamos no filme uma Inglaterra dominada pelo totalitarismo ultraconservador do governo Sutler. Um país assombrado pela lei, controlado pelo medo. Não existe a chamada “esfera pública”, de Habermas, pois não há a discussão racional dos interesses em público. Viu-se que todas as decisões eram tomadas numa cúpula privada, onde o chanceler mantinha-se há distância até mesmo de seus parlamentares e chefes de ministério. Fica claro que os interesses dos cidadãos não são prioridade para tal Estado, mas sim o controle do poder.
    Então não há democracia, não há paridade argumentativa, não há leis que expressem a vontade coletiva da população, não há, muito menos, a imprensa livre. Esta última, tão importante para a intermediação entre o povo e o seu Estado, além de denúncias, críticas e esclarecimentos. A imprensa, na Inglaterra vista no filme, é controlada pelo chanceler (chego a acreditar que em alguns casos foi utilizada a censura), e com isso fica claro que as notícias propagadas eram as que o governo queria que a população soubesse e nada mais.
    Sendo assim destruída a esfera pública e a liberdade privada, coube ao personagem V tomar para si a responsabilidade de “abrir os olhos” da sociedade inglesa para a ditadura que estavam sendo regidos. O único meio que ele soube fazer com que a revolução acontecesse foi pela violência. Para ele, intimamente, também ligado à vingança. Com a destruição de edifícios simbólicos para o Estado e para o povo e invasão e divulgação de seus ideais e planos, no sistema televisivo, V conseguiu chamar a atenção e assim conquistar mentes e corações.

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  25. O filme v de Vingança relata a História da Inglaterra, onde um governo autoritário manipulava o povo ao seu bel prazer. Criaram um vírus destruidor e aplicaram em parte da população, mas o que não esperavam era que o feitiço virasse contra o feiticeiro. Sobreviveu um ser resistente a esse vírus, que vem com intençoes terroristas, destruir o maior símbolo de poder da Inglaterra. A imprensa manipula o povo, e V vem modificar esse aspecto, criando com sua coragem a oportunidade de o povo cobrar seus direitos. A esfera pública de que fala Habermas, é manipuladora e cruel, busca seus próprios interesses, destruindo e corrompendo um sistema de governo que deveria ser voltado para o povo. No seu autoritarismo, o chanceler quer apenas o seu próprio bem estar. Mas a criatura que ele criou se volta contra ele e como todo herói assume a causa da massa. E na sua sede de vingança, não pára mesmo em sacrifício da própria vida. Ainda há heróis que lutam por causas justas, e V é um protótipo dessa realidade que não é apenas imaginária.Vivemos num país livre, onde o povo ainda briga pelos seus direitos, e ainda consegue modificar um pouco o quadro atual. No caso de V, ele foi o personagem que orientou e inspirou os ingleses a mudarem a realidade do seu país.

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  26. O Personagem V traz voz a um povo castrado pela força política exercida no país. O poder se encontra na mão de uma minoria - um Chanceler - que exerce sobre Londres uma força totalitária, distanciando-se do conceito de esfera pública proposto por Habermas, que tem como principais requisitos, a palavra e a discutibilidade com um sentido social e argumentos lógicos.
    A participação do povo no governo não existe. Todos apenas seguem as normas impostas pelo governo. Isso faz com que “V” se revolte contra as forças políticas, elaborando um plano para desestrutar o poder exercido pelo parlamento na sociedade londrina.
    O filme mostra até que ponto o governo pode exercer, e exerce, poder sobre o povo. Por outro lado, mostra a força e o poder de um povo guiado pelo ideal de liberdade. “O povo não tem que temer seu governo, o governo é que tem que temer seu povo”. Uma das mais sábias frases presentes no filme.

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  27. No filme aborda em sua principal idealização que não segue de forma alguma a idéia de “esfera pública” que é totalmente explicada pelas conclusões de Habermas.
    Por que difere?
    No filme demonstra o real poder de um governo autoritário com o líder: Chanceler, que em nenhuma hipótese procura saber e muito menos entender ou discutir o interesse público. Mostra exatamente o contrário divulga somente o poder do governo sobre todo um povo. Muitas exemplificações se dão no decorrer do filme, como por exemplo: o toque de recolher, após as dez da noite ninguém podia trafegar nas ruas. E quem desobedecesse tal ordem era preso. (o que de fato chamou muito a minha atenção). E uma das principais características de “V de Vingança” é a total censura que os meios de comunicação sofriam (e que em certos meios hoje em dia ainda sofrem) podendo publicar somente o que o “chanceler” autorizasse ou que o próprio mandasse, melhor dizendo ordenasse publicar. Só se podia publicar o que fosse de total interesse do governo. O que demonstra ser uma das principais informações que o filme tenta repassar. O poder de manipulação que o governo tinha sobre o meio social e principalmente do meio comunicativo. E o que se diz ser esfera pública é totalmente o contrário, existem dois requisitos que definem muito bem o que é “esfera pública” que são: 1. A palavra (a livre expressão das vontades) e 2. Discutibilidade (expressão racional de argumentos). Requisitos principais das idéias de Habermas. E em hipótese alguma o filme retrata algum desses requisitos. Achei que a história se assemelha um pouco com o livro 1984 de George Orwell. O que assemelha o filme com o livro é a cena em que os poderosos obedeciam fielmente ás ordens de um líder que não se apresentava pessoalmente só aparecia nos televisores. Dando ordens.
    E o ator principal o “V” é contra as contraposições do governo. O que o faz se rebelar destruindo um dos mais importantes símbolos de poder de Londres o Parlamento. Mais antes da destruição V ainda consegue alertar toda a população para que se juntassem a ele em forma de protesto no dia 5 de novembro (data da explosão). Após essa mensagem o povo todo começa a se revoltar e a lutar pelos seus direitos de liberdade. Uma tentativa de colocar a baixo o governo autoritário de chanceler que é morto no final.

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  28. Watchmen é considerada a obra prima de Alan Moore, no entanto V de vingança ou V for Vendeta (titulo original) é uma obra pioneira quando se trata de heróis fantasiados com uma profundidade ideológica não convencional, com um enredo complexo, tratando de questões significativas como política e revolução social, se tornando um marco e trazendo maior respeito as historias em quadrinhos.
    O filme de 2006 é um resumo da obra de Alan Moore, mostra uma Inglaterra no que parece ser um “passado futurista”, onde não existe uma esfera pública descrita por Habermas, e o governo totalitário é comparado ao fascismo, no filme a liberdade e tomada do povo em nome de uma sensação de segurança que o governo proporciona. Existe também um sistema de monitoramento feito por câmeras nos moldes de "1984", de George Orwell, escrito em 1948.
    V, uma entidade sempre fantasiada como Guy Fawkes (um católico extremista, que no século XVII foi executado por tramar um atentado contra o parlamento Inglês), ataca o regime existente utilizando os meios que o próprio governo dispõe para manipular a opinião pública, a TV estatal, ele também mata algumas pessoas importantes envolvidas no sistema e destrói monumentos simbólicos de Londres. Como o início da ruína do governo, é possível identificar as diversas facções de poder dentro do mesmo regime.
    Evey Hammond é uma garota que perdeu os pais durante a guerra, V a salva e passa a ser tratada por V como aprendiz, A história em quadrinho foi escrita num momento histórico no qual a Inglaterra estava implementando o sistema Capitalista Neoliberal com a primeira ministra Margaret Thatcher, o autor parece utilizar Evey pra passar uma mensagem para os leitores, quando ele a ensina também abre nossos olhos, pois a obra trata de questões bem atuais com relação a políticas públicas e influencias da mídia na sociedade.

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  29. O filme aborda também, a questão de que mídia influência a sociedade e de que ela é manipulada pelo governo. Passando assim para a sociedade uma "farça" de um governo sem manchas. E V quer mostrar a realidade do governo. Uma coisa em que parei pra pensar é a mascára que V usa, sei que representa Guy Fawkes, mas não poderei ser também, uma certa indireta ao governo?! Afirmando que o governo é mascarado, pois, a sociedade só sabe o que ele quer, só sabe a verdade que eles ditam.

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